
A tecnologia que está revolucionando o mercado imobiliário
A realidade virtual e a realidade aumentada estão mudando profundamente a forma como o mercado imobiliário opera. Essas tecnologias permitem que compradores visitem imóveis de forma remota, com alto nível de imersão e realismo, economizando tempo e recursos. Para incorporadoras e imobiliárias, isso representa uma revolução na forma de apresentar empreendimentos, principalmente os que ainda estão em fase de planta, em construção e em outras cidades ou países.
A principal vantagem da realidade virtual no setor é a possibilidade de realizar “visitas” a imóveis que ainda não foram construídos. O cliente consegue caminhar em cada cômodo, visualizar a disposição dos móveis e ter uma noção clara da iluminação e do espaço — algo que plantas em papel ou imagens estáticas não conseguem transmitir com a mesma eficácia. Já a realidade aumentada permite sobrepor imagens 3D de um prédio em um terreno vazio, ajudando a visualizar o projeto final no ambiente real ou estar em uma unidade ainda no contrapiso e passear por ele completamente decorado pelo projeto da realidade aumentada.
Ainda pouco explorado no Brasil, os empreendimentos que vêm utilizando essa tecnologia enxergam a tecnologia como diferencial competitivo. Um exemplo é a incorporadora You, inc, que criou experiências imersivas em 3D para apresentar seus lançamentos de alto padrão em São Paulo, na Rua Oscar Freire. Os clientes podiam usar óculos de VR para explorar os apartamentos decorados virtualmente, mesmo antes do início das obras, além de conhecer todas as áreas comuns do empreendimento. Esse tipo de estratégia aumentou o engajamento e acelerou as vendas ainda na planta.
Além de melhorar a experiência do cliente, a VR e a AR ajudam a reduzir custos operacionais. Visitas presenciais múltiplas, montagem de apartamentos decorados e impressão de materiais gráficos são reduzidos drasticamente. Com uma maquete digital e um tour virtual bem desenvolvidos é possível atingir um público muito mais amplo, inclusive investidores estrangeiros ou compradores de outras regiões do país.
Diante dessas vantagens, é de se imaginar que o uso da realidade virtual seguisse crescendo no setor imobiliário, já que, à medida que os dispositivos se tornem mais acessíveis e o público mais familiarizado com essas tecnologias. Num futuro próximo, elas devem deixar de ser um diferencial para se tornar um padrão. Até agora, no entanto, são poucos os projetos imobiliários que exploraram essa tecnologia.
Para desenvolver um projeto com essa ferramenta, a empresa precisa desembolsar em torno de R$ 50 mil, além do custo de um par de óculos de realidade aumentada, que está em torno de R$17 mil, se optar por um modelo da Apple. Além do investimento financeiro, os desenvolvedores pedem um prazo de três a cinco meses para finalizar o passeio imersivo. O custo e o prazo não parecem altos para serem a explicação pela qual as empresas ainda não se tornaram adeptas a essa ferramenta de vendas. Talvez a resposta para isso seja mesmo cultural. As incorporadoras ainda estão presas ao passando, insistindo em mostrar o decorado no plantão de vendas e confiar mais no mundo real que no virtual.
Fonte: Veja